Confira abaixo
Representada por uma Cruz de Santiago, em cujas hastes pendem uma balança de cada lado, a logo revela o que vem a ser a cultura do escritório.
A cruz é símbolo dos cristãos e demonstra a necessidade de se enfrentar alguns problemas comuns da vida humana: o sofrimento, a solidão e a morte.
Esses ditos problemas são inescapáveis, sendo que, em algum momento, todos irão testemunhar.
Mas o que aparenta tristeza na realidade é coroado com a redenção, ou seja, a superação destes desafios, seja na ótica transcendental/espiritual, seja na ótica humana através de uma efetiva preparação.
Sob certa perspectiva, também é possível imaginar que a cruz, com sua haste central pontiaguda, trata-se uma espada. Estaria ela virada para baixo, em sinal de defesa, mas pronta a ser empunhada. É sinal de atenção e prontidão para a batalha.
Ainda, a Cruz de Santiago é símbolo de uma antiga ordem militar que visava proteger os peregrinos que faziam os caminhos de Santiago Maior, para chegar até sua sepultura e venerar suas relíquias. A ideia de ordem implica na conexão entre um ordenador e um ordenado, no cumprimento de preceitos, na disciplina para atingir objetivos.
Já a balança é símbolo da justiça. Não necessariamente de uma igualdade perfeita, de um resultado matemático, mas exalta a igualdade entre o gênero humano, da proporcionalidade das decisões.
Afinal, como estes símbolos se relacionam para formatar essa cultura do escritório?
Ser advogado é ser portador da voz de um cidadão incomodado, que pretende ver triunfar aquilo que entende que lhe cabe e o que cabe à outra parte. Ainda que sua pretenção possa ser injusta, como poderia ser a de um criminoso que não quer pagar sua pena, mas ainda assim merece ter um representante para que possa ser ouvido, seja para consolá-lo, seja para evitar que receba uma pena superior àquela prevista, ou até mesmo para livrá-lo, se estiver sendo processado ao arrepio da lei.
Nessa ótica do sofrimento, da solidão e da morte é que na advocacia se busca minimizar ou mesmo superar tais forças que existem para o homem. Busca-se então preparar uma boa defesa e, se preciso for, empunhar esta espada de justiça para bem representar os interesses dos clientes que buscam dar guarida aos seus problemas.
Diante da ideia de ordem temos o emaranhado jurídico que, permeado aos valores morais e éticos, conferem ao advogado a sabedoria para bem empunhar a espada do direito, valendo-se da balança para sua orientação.
Esta simbologia permite, pois, inspiração diária para vermos a beleza que há na vida que, através dos seus percalços, propõe por consequência a observância da beleza no direito e da beleza do direito, mas também na própria guerra que é sua busca.
Advocacia é ação e um velho brocardo já adverte: o direito não socorre aos que dormem.
Guilherme Aleandro Campestrini
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